12 de dezembro de 2024

UEPG aprova paridade de gênero nas eleições universitárias

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A proposta partiu da atual gestão da UEPG, encabeçada pelo professor Miguel Sanches Neto. O Conselho da Universidade Estadual de Ponta Grossa aprovou de forma pioneira e unânime, hoje, 12, a obrigatoriedade da paridade de gênero nas eleições à Reitoria, Setores de Conhecimento e indicações de cargos em comissão.

Uma conquista histórica para a igualdade de gênero: o Conselho da Universidade Estadual de Ponta Grossa (COU-UEPG) aprovou de forma pioneira e unânime, hoje, 12, a obrigatoriedade da paridade de gênero nas eleições à Reitoria, Setores de Conhecimento e indicações de cargos em comissão. A medida passa a integrar o Regimento da UEPG e já será colocada em prática nas eleições de 2026.

Na composição das chapas que concorrem à Reitoria ou às diretorias dos Setores de Conhecimento, no mínimo uma pessoa deve ser do sexo feminino. Na ocupação dos cargos em comissão, de livre nomeação pela Reitoria, a normativa também estabelece um mínimo de 50% das vagas para mulheres. Além disso, será criada uma comissão permanente de estudos e acompanhamento da política de equidade de gênero, com representação de docentes e agentes universitários.

A proposta partiu da atual gestão da UEPG, encabeçada pelo professor Miguel Sanches Neto. “É um marco muito importante e uma atitude de vanguarda da instituição, que cria o equilíbrio na ocupação de cargos eletivos e de cargos nomeados pela Reitoria, cada vez mais reconhecendo o papel fundamental da mulher como liderança no serviço público e na sociedade como um todo”, comemora. “A Universidade se sente orgulhosa por ter aprovado essa modificação no seu Regimento e espera que isso seja um exemplo para que outras instituições públicas e privadas ampliem a participação feminina em cargos de liderança”, enfatiza o reitor.

As cadeiras do auditório do Edifício Fausy Chagury, onde ocorreu a reunião do Conselho Universitário, foram excepcionalmente ocupadas por muitas mulheres, para além das conselheiras. A convite da gestão da UEPG, as agentes universitárias e professoras que ocupam cargos de chefia foram convidadas a participar do momento histórico.

As mulheres seguram as estrelas no céu, como diz Saramago. Foi assim que a professora Silvana Oliveira, conselheira representante do Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes (Secihla), descreveu o papel feminino em fazer funcionar o mundo e gestar as atividades humanas. “Nós ainda temos um caminho longo a percorrer, mas avançamos muito no dia de hoje. Esse debate está aberto e todas e todos estão convocados para ele”, destacou. “A estrutura da sociedade é machista e ela dificulta, sim, a ocupação de cargos por mulheres, porque essas mulheres estão sobrecarregadas com funções familiares, com funções voltadas para o cuidado da família, de pessoas que estão próximas de si, mesmo no trabalho. É uma forma de mostrar para as nossas alunas, para as nossas colegas professoras e servidoras que a presença das mulheres na Universidade é uma realidade e o protagonismo delas é visto”.

“Esta proposta, para além dos aspectos técnico-jurídicos, é também uma forma de reconhecimento às mulheres que construíram e constroem a história da UEPG nos mais variados espaços universitários e, em especial, às professoras Leide Mara Schmidt e Gisele Alves de Sá Quimelli, as únicas a ocuparem o cargo da vice-reitoria na história da Universidade Estadual de Ponta Grossa até este momento”, destacou o autor da proposta, o professor Renê Hellman.

Outras medidas similares de garantia da paridade de gênero foram implantadas em dispositivos legais como a Lei das Eleições (Lei 12.034/2009), em que há a exigência de que partidos políticos assegurem um mínimo de 30% e um máximo de 70% de candidaturas de cada gênero; no Regulamento Geral da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), em que as chapas concorrentes aos pleitos devem ser compostas por 50% de candidatos de cada gênero; e no Conselho Nacional de Justiça (Resolução nº 525/2023), que regulamenta a paridade de gênero nos editais para desembargadores. Entretanto, a decisão da UEPG é a primeira dentre as universidades do país.

RECONHECIMENTO – A reunião iniciou com um reconhecimento a uma mulher, membro do Conselho Universitário da UEPG: a primeira prefeita eleita e reeleita em Ponta Grossa, Elizabeth Schmidt (União). Uma carta foi lida pela conselheira Eliane Rauski em homenagem à representatividade da conquista. O documento relembra a trajetória da professora graduada pela UEPG e que atuou por 25 anos como docente da instituição, além de destacar a caminhada política de Elizabeth em Ponta Grossa.

“Sua jornada como professora e liderança política feminina faz dela também uma das personalidades de maior proeminência na história da Universidade Estadual de Ponta Grossa, visto que a instituição foi berço de muitas das suas conquistas profissionais e pessoais”, enfatiza a carta. “Ser a primeira mulher eleita e reeleita para a Prefeitura Municipal é o ponto alto de uma jornada que a distingue individualmente, sim, mas ao mesmo tempo representa uma conquista coletiva. Elizabeth Schmidt faz ecoar a voz de muitas mulheres que, inspiradas por ela, enxergam outras tantas possibilidades de ocupar diferentes espaços de poder, antes dominados histórica e majoritariamente, quando não exclusivamente, por homens”.

“No momento em que foi lida essa carta tão especial, sobre a minha vida, eu cheguei à conclusão: Nós, mulheres, somos corajosas! E vamos continuar sendo”, declarou a prefeita Elizabeth. Emocionada, ela agradeceu o reconhecimento da Universidade. “Esse poder que as mulheres possuem, de mostrar que elas sabem, podem e têm competência, que elas vão ocupar os cargos que elas desejarem é o que está dito hoje e agora institucionalizado. Com certeza o número expressivo de mulheres que compõe o quadro da UEPG vai ser contemplado agora nos cargos de liderança”.

FORMAÇÃO – Para a pró-reitora de Gestão de Pessoas da UEPG, Eliane Rauski, a decisão é um avanço em direção à equidade de gênero na UEPG. “Hoje, as mulheres estão ocupando a maior parte dos cargos diretivos da instituição, por política desta gestão, mas sem nenhuma garantia para os próximos anos ou para as próximas gestões, desta forma, a aprovação desta mudança em nosso estatuto é um avanço significativo”, enfatiza. A professora comemora a garantia do espaço para as lideranças femininas como parte das políticas institucionais, que deve ajudar a combater a desigualdade de gênero no trabalho. “Nas empresas privadas, as mulheres ganham menos que os homens para as mesmas funções, o que não acontece em órgãos públicos, porém, as mulheres enfrentam dificuldades para crescer na carreira e têm menos espaço em cargos de liderança”.

Além da garantia da presença feminina nos cargos, a gestão deve oferecer capacitações para que as mulheres possam ocupar de forma efetiva os espaços de liderança. “É fundamental oferecer programas de capacitação e mentoria, que ajudem as mulheres a desenvolver suas habilidades e a conquistar cargos de liderança e, por este motivo, estamos desenvolvendo um curso composto por módulos, destinado à formação da liderança feminina na UEPG, com um conteúdo bastante abrangente, para além de conteúdos técnicos, mas focando em saúde mental, autoconhecimento, planejamento de carreira, dentre outros assuntos”.

O curso terá três eixos: Gestão, Liderança e Saúde Mental. O objetivo é que cada mulher que participe da formação possa adaptar o curso à sua realidade, a partir de uma construção colaborativa e com um aprendizado absorvido em troca contínua e sistêmica. “Nosso objetivo é capacitar mulheres para liderarem com confiança, autoconhecimento e habilidades práticas, enfrentando desafios específicos de liderança no ambiente corporativo”, explica Eliane.

Além do curso sobre Liderança Feminina, a UEPG, por meio da Progesp, também disponibiliza outras formações que combatem a desigualdade e as violências de gênero no ambiente de trabalho. Um exemplo é o curso de Assédios Plurais, disponível na plataforma da Universidade Corporativa e direcionado à comunidade interna. “Penso que as organizações, sejam públicas ou privadas, devem também investir em treinamentos sobre respeito, sexismo e assédio para garantir um ambiente de trabalho mais inclusivo e sem discriminação. Com essas ações, acredito que podemos contribuir para um ambiente mais justo, onde todos, independentemente do gênero, tenham as mesmas oportunidades para crescer e se destacar”. (Com informações da Assessoria)


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