Em entrevista coletiva concedida para a imprensa ontem, um dia depois do seu retorno da Coréia do Sul, o prefeito de Ponta Grossa, Marcelo Rangel (PPS), parece ter incorporado não somente a visão do prefeito de São Paulo (SP), João Doria (PSDB), de buscar oportunidades aonde quer que elas estejam – ao viajar para o Exterior em busca de investimentos -, mas também o seu discurso privativista. No segundo turno da eleição municipal, Doria já eleito prefeito de São Paulo, gravou um vídeo de apoio a Rangel (relembre).
“Vou trabalhar muito com privatizações. A Prefeitura de Seul, por exemplo, não trabalha com estruturas que não sejam de atendimento básico à população. Tudo o que não é essencial, é privatizado”, revela Rangel, informando que ao longo do seu mandato pretende trabalhar na privatização do Parque Estadual de Vila Velha, publicidade em parques, Terminal Central de transporte coletivo, Aeroporto Santana, iniciando com o Mercado Municipal e o Centro de Eventos. “Estamos mantendo com dificuldades essas estruturas e gastando um dinheiro que pode ser melhor utilizado em outras áreas, enquanto é possível transformar em lucro que gera investimento, qualidade e emprego”, aposta o prefeito de Ponta Grossa.
Rangel também informou que pretende vender os terrenos públicos. “A Prefeitura de Ponta Grossa possui R$ 800 milhões em terrenos e uma dívida de precatórios e INSS de R$ 300 milhões. Para que termos tantos terrenos? Áreas que não geram IPTU e só dão prejuízo. Vamos vender para pagar as dívidas e transformar a cidade em produtiva”, anunciou.
O prefeito também acredita em uma solução a curto-prazo para o problema do lixo em Ponta Grossa, que se dará em parceria com a Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar). Ele não acredita na viabilidade de uma usina de lixo e aposta no sistema de aterro sanitário.
Na Coréia do Sul, Rangel e os secretários municipais de Planejamento e Indústria e Comércio e Qualificação Profissional, Celso Santana e Paulo Carbonar, respectivamente, visitaram a Prefeitura de Seul, a Assembleia Nacional (parlamento sul-coreano), usina de lixo, Instituto Avançado de Ciência e Tecnologia da Coreia (Korea Advanced Institute of Science and Technology), mais conhecido como KAIST, indústrias e uma escola em tempo integral.
Duas indústrias demonstraram interesse em investir no Brasil e os seus executivos irão visitar Ponta Grossa em uma comitiva que está sendo organizada para novembro ou dezembro. A SHTNL e a LMH Korea que atuam na fabricação de LEED’s. A LMH assinou simbolicamente um protocolo de intenções de investimento de US$ 1 milhão com a Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Coreia.
Ao concluir, o prefeito Marcelo Rangel agradeceu a vice-prefeita Elizabeth Schmidt (PSB), que ficou em seu lugar no comando da Prefeitura. Ele destacou a realização do 2º Salão de Turismo, que em sua opinião, projetou a cidade para o Brasil e o mundo. “Posso viajar mais vezes”, brincou o prefeito.