22 de julho de 2024

Curso de Medicina da UEPG completa 15 anos

Divulgação

Depois de 15 anos, já são cerca de 350 profissionais médicos entregues ao mercado de trabalho com uma distinção importante: a formação de qualidade pela UEPG.

Era 20 de julho de 2009 e quarenta alunos iniciavam as aulas da primeira turma do curso de graduação em Medicina da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). O momento tão esperado ficou registrado como a resolução de uma espera de décadas pela formação na área, repleta de idas e vindas. Depois de 15 anos, já são cerca de 350 profissionais médicos entregues ao mercado de trabalho com uma distinção importante: a formação de qualidade pela UEPG.

“Jovem, mas respeitado”. É com essas palavras que o reitor da UEPG, professor Miguel Sanches Neto, define o curso de Medicina. “Desde os anos 1930, com a presença genial do dr. Francisco Búrzio, Ponta Grossa reivindicava a criação de um curso de Medicina. Somente em 2009 este curso foi implantado por ação de médicos e administradores da UEPG que, sensíveis ao apelo da comunidade, criaram um dos mais disputados cursos de Medicina do Brasil”, rememora. Além de parabenizar a todos que construíram e constroem a história do curso, o reitor destacou o compromisso social do colegiado, que ampliou a oferta de vagas em 2024.

Para o chefe do Departamento de Medicina, professor Gilberto Baroni, a trajetória do curso já pode ser definida como uma história de conquistas e vitórias. “É um motivo de orgulho para a Universidade ter uma escola desse padrão. Já é uma escola de Medicina bem conceituada, temos uma boa colocação dos nossos egressos em programas de residência médica do Brasil inteiro, temos ex-alunos que fizeram vida acadêmica, com mestrado e doutorado, temos egressos que se tornaram professores na própria escola”, exemplifica.

O coordenador do curso, professor Carlos Utrabo, complementa que a maior realização é ver os alunos formados retornando como profissionais à atuação na comunidade. “É uma satisfação ver esse pessoal trabalhando de maneira ética nos hospitais, nas Unidades de Pronto Atendimento, nas Unidades Básicas de Saúde, atendendo à população”, comenta.

UM SONHO: A FACULDADE DE MEDICINA DE PONTA GROSSA – A UEPG tem como uma de suas vocações as Ciências da Saúde: em novembro de 2023, o maior setor da UEPG, o Setor de Ciências Biológicas e da Saúde (Sebisa), completou 50 anos. Os primeiros cursos do setor eram fruto das Faculdades Estaduais de Farmácia e Odontologia; Farmácia e Bioquímica; e Odontologia, fundadas na década de 1940 – as primeiras a serem formadas no interior do Paraná. Hoje, os cursos de graduação oferecidos pelo Sebisa são Biologia (Licenciatura e Bacharelado); Educação Física (Licenciatura e Bacharelado), Enfermagem, Farmácia, Medicina, Odontologia e o recém-criado curso de Nutrição.

As primeiras discussões sobre a criação de uma Faculdade de Medicina na cidade encontradas nos jornais datam da década de 1930, segundo o historiador e professor da UEPG Niltonci Batista Chaves, autor da série de livros “Medicina em Ponta Grossa: histórias da Associação Médica”. “Na década de 1960, essa ideia ganhou força, até chegar ao seu auge, em 1967. Nesse ano, o povo foi para as ruas, as lideranças políticas encamparam oficialmente a proposta e um abaixo-assinado foi enviado ao governador Paulo Pimentel”, relata.

Era 04 de abril de 1968. Um decreto do governador do Paraná autorizava a criação de uma fundação para manter a Faculdade de Medicina de Ponta Grossa. Com 16 artigos, a Lei 5753 detalhava a estrutura da Faculdade, seus departamentos, disciplinas, quadro docente, técnico e administrativo. “Mas nós tivemos o bom senso de não abrir o curso de Medicina, porque nós não tínhamos condições”, brinca o médico e professor César Busato, que quatro décadas depois seria uma peça central na implantação efetiva da graduação. Houvesse sido efetivamente criada, provavelmente estaria junto às outras Faculdades que deram origem à Universidade Estadual de Ponta Grossa, no ano seguinte (1969).

IDAS E VINDAS – A primeira tentativa efetiva de implantação do curso só aconteceu em 2002, com a aprovação pelo Conselho Universitário e pelo Governo Estadual. Com problemas estruturais e sob uma forte pressão política, o curso foi fechado em maio de 2003. “Quando fechou o curso, a população de Ponta Grossa fez outdoor, foi na Assembleia. Todo mundo tinha adesivo no carro: devolva nossa escola de Medicina. Houve uma campanha popular”, lembra Busato. Apesar das muitas manifestações de setores da sociedade que pediam a reabertura do curso, a próxima etapa desta história só aconteceu em 2007, com a criação de uma nova comissão de implantação.

Com o objetivo de realizar estudos de viabilidade para apresentar uma proposta ao Governo do Estado, a comissão reuniu o vice-reitor da UEPG na época, professor Luciano Vargas; dois representantes do corpo docente da UEPG, os professores Cesar Busato (que depois seria o primeiro coordenador do curso) e José Koehler (que se tornaria o primeiro chefe do Departamento de Medicina); e dois representantes dos profissionais de Medicina, indicados pela Associação Médica de Ponta Grossa, Ricardo Zanetti Gomes e Mario Montemor Neto. Ambos depois se tornariam professores do curso.

A autorização oficial para reabertura veio em 11 de agosto de 2008, pelo governador Roberto Requião, vinculada à construção do Hospital Regional dentro do campus da Universidade. Em 20 de julho de 2009, iniciavam as aulas da primeira turma. O reconhecimento do curso veio em 08 de maio de 2013, por meio do decreto nº 8.116, do Governo do Estado do Paraná, e a primeira turma se formou em 10 de julho de 2015.

Quando aconteceu a primeira avaliação do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), o conceito já foi 4, de um máximo de 5. É uma avaliação considerada muito positiva, e que colocou o curso desde o início dentre os melhores do país, segundo o professor Busato. “Nós temos um curso bom, não só pela avaliação do MEC, mas também porque os nossos egressos conseguem colocação em serviços de residência da melhor qualidade”, complementa.

QUALIDADE RECONHECIDA – O curso de Medicina da UEPG é o único do Paraná com a nota máxima (5) no Conceito Preliminar de Cursos (CPC), divulgado pelo Ministério da Educação e pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). A avaliação leva em consideração o desempenho dos estudantes, infraestrutura e instalações, recursos didático-pedagógicos e corpo docente. No Enade, o conceito do curso é 4. (Com assessoria)


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