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A técnica é aplicada para erradicar espécies exóticas invasoras, prejudiciais para a biodiversidade local
O Instituto Ambiental do Paraná (IAP) iniciou ontem a técnica de manejo com fogo controlado (Queima Prescrita) no Parque Estadual de Vila Velha, em Ponta Grossa. A técnica é aplicada para erradicação de espécies exóticas invasoras, prejudiciais para a biodiversidade local, e deverá ser aplicada até o final de agosto.
No primeiro dia, o manejo foi feito em uma área de quatro hectares, em uma trilha alternativa entre o centro de visitantes e os arenitos. O procedimento é acompanhado pela brigada de combate a incêndios do parque, pesquisadores e Corpo de Bombeiros.
A técnica de manejo com fogo controlado é utilizada há três anos no Parque de Vila Velha e já apresenta grandes resultados para recuperação da biodiversidade local. “Da maneira como aplicamos a técnica, garantimos maior controle das áreas onde necessita desse trabalho, sem alterar outros pontos do parque que possuem a vegetação típica de campos”, explica o gerente da Unidade de Conservação, Juarez Baskoski.
FOGO CONTROLADO – O Paraná foi pioneiro na implantação do manejo florestal com uso do fogo controlado para manutenção de biodiversidade em Unidades de Conservação de forma não experimental.
A técnica é usada desde 2014 no Parque Estadual de Vila Velha, e consiste na aplicação de fogo controlado em fragmentos selecionados de campos naturais para desmatar as espécies invasoras e restaurar os ecossistemas.
No manejo com fogo controlado, são selecionados e mapeados os fragmentos de campos naturais que serão trabalhados de maneira gradativa. Depois, são definidas as datas para aplicação da técnica, sempre respeitando o período de reprodução dos animais.
O objetivo do projeto é restaurar o ecossistema da Unidade de Conservação da forma mais próxima possível à época de criação do parque, na década de 1960. A técnica já apresenta resultados que apontam para a recuperação da biodiversidade dos locais onde foi aplicada. Nesses pontos foi possível constatar a presença de plantas e animais que não eram vistos há muitos anos.
CHUVA E REPRODUÇÃO – O diretor de Biodiversidade e Áreas Protegidas do IAP, Guilherme Vasconcellos, explica que o instituto faz o manejo nessa época porque é um período de pouca chuva, em que o fogo se propaga com maior facilidade, e também porque antecede o período de reprodução da fauna local. “Assim, o processo ocorre da maneira mais natural possível”, disse.
CORPO DE BOMBEIROS – Para fazer o manejo, técnicos que atuam no parque foram capacitados pelo Corpo de Bombeiros, que também acompanham a ação. Além disso, os estudos que comprovam os resultados positivos desse tipo de manejo passaram por diversas etapas, desde a aplicação experimental até aprovação junto ao Conselho Gestor do parque, com a apresentação de resultados técnicos e científicos.
IAP alerta para risco de queimadas
As geadas, somadas à falta de chuva e fortes ventos formam a condição ideal para os riscos de incêndios em vegetações de áreas urbanas, rurais e florestais. Na última quinta-feira, 03, um incêndio florestal, que começou nas margens da rodovia BR 376, consumiu 52,4 hectares da vegetação.
Por isso, o IAP alerta para que a população tome cuidados para evitar danos ao meio ambiente e riscos ao ser humano. Entre eles: não soltar balões ou fazer fogueiras, não jogar bitucas de cigarro pela janela dos carros, além de outros resíduos, como garrafas de vidro, que podem servir como uma lupa e potencializar a incidência do sol sobre a vegetação.
O instituto também lembra que provocar incêndios em vegetação nativa sem a devida autorização é crime ambiental. O dono do terreno ou a pessoa responsável pelo manejo do fogo pode sofrer as sanções previstas na Lei de Crimes Ambientais e receber multas que variam de acordo com a área queimada. (Com AEN)