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Neste domingo, 05, cerca de 14,4 mil candidatos realizaram as provas do Processo Seletivo Seriado da Universidade Estadual de Ponta Grossa. São alunos do 1º, 2º e 3º ano do Ensino Médio, que buscam uma das 494 vagas disponíveis pelo PSS nos cursos de graduação da instituição.
Neste domingo, 05, cerca de 14,4 mil candidatos realizaram as provas do Processo Seletivo Seriado (PSS) da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). São alunos do 1º, 2º e 3º ano do Ensino Médio, que buscam uma das 494 vagas disponíveis pelo PSS nos cursos de graduação da UEPG. A prova teve uma taxa de abstenção de 10% dos inscritos, número menor do que nos demais vestibulares e provas realizados durante a pandemia de Covid-19.
Antes da prova, muitos abraços entre pais e filhos e o desejo de boa sorte. Para muitos dos alunos que realizaram o PSS 1, a prova era uma das primeiras realizadas para entrar em uma Universidade. Na Central de Salas de Aula do Campus Uvaranas, maior local de provas, participavam 726 candidatos. Um deles era o filho de Maurício Marciel e Ivanise, que esperavam ansiosos na saída. “Participar da prova é uma vitória”, diz o pai, Maurício. “Nós somos do interior, de Ventania, uma cidade pequena”. Para completar o Ensino Médio e tentar uma vaga em Engenharia da Computação, o adolescente estuda em uma cidade vizinha, Arapoti, e faz o trajeto de ida e de volta todos os dias.
Ainda no fim da manhã, os fiscais de sala e coordenadores de locais de prova se preparavam, em uma última repassada nas instruções gerais. Ana Kaori de Oliveira Ouba opinou que essa edição do PSS teria de tudo para ser mais tranquila para os fiscais, visto que agora cada sala de prova volta a contar com dois fiscais, número que tinha sido diminuído por conta da pandemia. “A gente sempre teve um cuidado muito grande com os candidatos, e agora mais ainda por conta das restrições da pandemia, que alteraram bastante a dinâmica das aplicações de prova”, explica.
Pela primeira vez, desde o início da pandemia de Covid-19, as três provas aconteceram no mesmo dia, em 52 locais. Para João Vitor Nascimento, que participava do PSS 2, essa prova trouxe mais nervosismo. “Meu pai pegou Covid nesse ano e teve um AVC [acidente vascular cerebral], o que me atrapalhou um pouco nos estudos”, conta o candidato, que almeja uma vaga em Agronomia ou Zootecnia.
O ano de 2021 foi mais puxado que os outros, segundo Rayane Petter, que veio de Castro e fez nesse domingo o PSS 2. “Para essa prova, eu me dediquei mais”, conta, sobre a preparação para fazer as duas primeiras provas do Processo Seletivo Seriado no mesmo ano, por conta da pandemia. A Covid-19 atrapalhou um pouco a rotina de estudos dos adolescentes, mas para Ana Maria Ferreira Pedroso, de Itaberá, São Paulo, as aulas remotas conseguiram passar o conteúdo que a estudante precisava para finalizar o primeiro ano do Ensino Médio. “Eu me sinto muito bem nesta parte, porque minha escola forneceu o mesmo horário de aula online, como se fosse presencial. Então mesmo estando em casa, eu consegui estudar e ter diálogo com os professores. Então, eu acho que isso me ajudou bastante”, destaca Ana Maria, que pensa em seguir as áreas de Engenharia de Produção ou Odontologia.
A primeira candidata da fila para entrar no Bloco A da UEPG Centro era Ana Paula Natal. Concentrada, disse estar confiante para a prova porque durante o ano ela manteve uma rotina de preparação para o PSS1. “Eu estudava todos os dias, das 18h às 21h, então, estou tranquila”.
Camila Tangerino de Almeida, aluna do Colégio Agrícola Augusto Ribas (CAAR-UEPG), que fez o PSS1, disse que pretende continuar “na casa” e seguir na UEPG a mesma área pela qual optou no ensino médio, a Agronomia. “No Colégio temos o Preparatório para o PSS, então, existe um estímulo para que os estudantes façam as provas. Temos aulas específicas e recebemos informações constantemente num grupo que montamos sobre o tema”.
Cada aluno do professor Luiz Henrique Simione era recebido com carinho na saída das provas. Ele, que é egresso da UEPG e professor de Química em um colégio de Sorocaba, São Paulo, fez questão de trazer os alunos do primeiro ano do Ensino Médio para fazer a prova e conhecer a Universidade. “Depois de seis anos, estou retornando à Universidade, não como acadêmico, mas como professor”, comemorou. Como alguns alunos estavam apreensivos antes da prova, principalmente com relação às questões de somatória, pouco utilizadas nos vestibulares em São Paulo, ele ficou aguardando a saída já na frente da porta. “Queria saber quem é o primeiro a sair, ver como foram na prova, o que foi cobrado, como estão sentindo a responsabilidade de prestar um vestibular”, conta. “Não sou pai deles, mas me sinto um pouco, hoje”.
Um dos “filhos” do professor Luiz Henrique era Danilo Veloso Pietrowski, que fez o PSS 1. “Estava bem nervoso antes de fazer a prova, por ser a primeira vez que fazia uma prova do tipo, e que faz a diferença no meu futuro. Durante a prova fui me acalmando, vendo que não era algo tão ruim, que eu estava relativamente preparado, e aí deu certo”, comenta o candidato. Para ele, as opções de cursos estão entre as Engenharias ou o Direito, áreas que acredita que possam combinar com seu futuro.
As provas aconteceram em 19 cidades do Paraná: Apucarana, Cascavel, Castro, Curitiba, Foz do Iguaçu, Francisco Beltrão, Guarapuava, Irati, Jacarezinho, Jaguariaíva, Londrina, Maringá, Palmeira, Ponta Grossa, Rio Negro, São Mateus do Sul, Telêmaco Borba, Umuarama e União da Vitória. O PSS contou com um Protocolo de Biossegurança, elaborado pela CPS e aprovado pela Secretaria de Estado da Saúde do Paraná, que já foi utilizado em outras provas na UEPG, com uso obrigatório de máscaras, higienização das mãos, aferição de temperatura e distanciamento social.
“Para os candidatos do PSS 3, o resultado dos classificados em primeira chamada será divulgado até o dia 23/12/2021. As matrículas dos classificados dentro do número de vagas ofertadas ocorrerá no mês de abril e as aulas do ano letivo de 2022 estão previstas para iniciar na sequência”, lembra Edson Luis Marchinski, coordenador de Processos de Seleção da UEPG. Até 01 de março de 2022, os candidatos que realizaram as provas do PSS 1 e 2 terão divulgados seus desempenhos individuais.
ATENDIMENTO ESPECIAL – No Bloco D do Campus Central da UEPG, acontece o Atendimento Especial, voltado para candidatos que têm algum tipo de necessidade especial, seja por deficiência física ou intelectual, ou que necessitam de acompanhamento individualizado. A fiscal de sala Ana Maria Correia Giroto é professora, mãe de autista e trabalha há 13 anos nos vestibulares e processos seletivos da UEPG. Ela conta que a inclusão é uma causa que a motiva e que traz realização pessoal. “Eu gosto de me doar para essa causa. Se eu fosse fiscal do normal, acho que não seria a mesma coisa, porque aqui eu estou ajudando alguém”, destaca. “Eu tenho um filho autista, então meu atendimento com os especiais é diferenciado, consigo perceber quando estão cansados, por exemplo”.
A pedagoga Ana Maria Coimbra também atuou no atendimento especial do PSS, como intérprete de libras. “A gente faz a mediação da comunicação. Se não existissem os profissionais, esses alunos da inclusão não teriam essa oportunidade, né?”. Por isso, o trabalho nas provas é sempre um desafio, superado com carinho e atenção.
Uma das mães que acompanhavam com carinho e ansiedade a prova dos filhos era Maria Ivone Bueno. Para ela, o importante é o incentivo para que a filha, Júlia, possa continuar com os estudos. “Ela tem capacidade, então nós vamos incentivar ela a estudar, estudar e estudar, para seguir em frente”. Júlia é surda e tem dificuldades de aprendizado, atenuadas pelas inúmeras fisioterapias, estimulações, equoterapias, sessões de fonoaudiologia. “Foi feito de tudo para ela estar no estado que ela está hoje”, conta a mãe. Com o atendimento especial, a estudante, que pensa em ser policial ou professora, consegue assimilar melhor as questões da prova.
Já na reta final do PSS, fazendo a terceira prova e tentando uma vaga no curso de Serviço Social, a candidata Renata Heloise Iatczaki pediu o atendimento especial por conta da dislexia, um transtorno que dificulta a escrita e leitura. “No primeiro PSS, não quis fazer [com atendimento especial] por vergonha. Depois que passei a usar, minha nota aumentou muito”, lembra. Com a ajuda importante para realizar a prova com tranquilidade, Renata está confiante que vai conseguir uma boa nota. (Com assessoria)