8 de outubro de 2021

Voltado à música regional, 33º FUC premia canções em cerimônia híbrida

Divulgação

Neste ano, o evento foi voltado a compositores regionais, dos Campos Gerais, e se desdobrou para além da tradicional premiação às canções, gerando o FUC Reverbera, conjunto de atividades voltadas à formação e capacitação dos artistas.

“Eu espero que isso que eu faço seja poesia, pra representar a saudade que não alivia”. A canção “O Eterno é o Presente”, de Luizinho, foi a grande vencedora do 33º Festival Universitário da Canção (FUC), da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). O evento aconteceu na noite de quarta-feira, 06, em formato híbrido, com a cerimônia no Teatro Pax e transmissão pelas redes sociais da UEPG.

Um tradicional festival de música, o FUC é organizado pela Diretoria de Assuntos Culturais, da Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Culturais (DAC-Proex), e Fundação de Apoio ao Desenvolvimento Institucional, Científico e Tecnológico (Fauepg), com patrocínio do Sistema de Crédito Cooperativo (Sicredi) e apoio do Programa Municipal de Incentivo Fiscal à Cultura (Promific). Neste ano, o evento foi voltado a compositores regionais, dos Campos Gerais, e se desdobrou para além da tradicional premiação às canções, gerando o FUC Reverbera, conjunto de atividades voltadas à formação e capacitação dos artistas.

“O show não pode parar. O FUC não pode parar”. Com essas palavras em mente, o professor Miguel Sanches Neto, reitor da UEPG, resumiu a capacidade de adaptação do Festival, mesmo durante uma pandemia, que não interrompeu um dos eventos mais importantes para a identidade da UEPG e dos Campos Gerais. “No período da pandemia, a criação artística, e aqui especificamente a criação musical, foi uma válvula de escape, uma maneira de lidarmos com medos e incertezas e construirmos espaços de segurança em que pudéssemos colocar para fora sentimentos”, apontou. Voltado aos artistas que prestigiavam o evento, formando o público no Cine Teatro Pax, o reitor complementou: “Seja para nós, como ouvintes, seja para vocês, como compositores, foi um espaço de salvação da nossa interioridade, da nossa capacidade de sobrevivência à pandemia; uma sobrevivência pela arte e pela criação”.

O diretor Executivo da Sicredi Campos Gerais, patrocinadora do 33º FUC, Marcio Zwierewicz, destacou que o FUC é reconhecido regional e nacionalmente, cumprindo um papel importante ao oportunizar o desenvolvimento de talentos na cultura e na música. “Apoiar eventos como esse muito nos honra. O FUC deixa a vida das pessoas melhor, gerando emprego, renda, oportunidade, desenvolvendo talentos únicos que são revelados nesse festival”, enalteceu.

“Ao longo de sua trajetória, o FUC contribuiu de forma significativa para o desenvolvimento das potencialidades artísticas no campo musical”, enfatizou o presidente da FAUEPG, Sinvaldo Baglie. Segundo ele, o festival é um dos mais tradicionais acontecimentos do calendário cultural do Paraná, integrando músicos de todas as regiões do Paraná. “Nesse tempo que nos inspira novos ares: cultura, música, saúde e paz”, desejou.

“Que bom que nós podemos estar aqui nesta noite. O FUC sempre nos enche de alegria, principalmente pela beleza das canções e o enaltecimento de grandes talentos”, comemorou a professora Édina Schimanski, pró-reitora de Extensão e Assuntos Culturais. Ela aponta que o FUC tem um viés social e um viés político, de valorização da arte e da cultura.

VENCEDORES – A música campeã do FUC foi “O Eterno é o Presente”, do compositor Luizinho, que a interpretou junto com Felipe, Andria, Kaik e Daniel. Em segundo lugar, ficou “Um bêbado iluminado”, de Scilas, que também levou o prêmio de Melhor Intérprete; e em terceiro, “Pobre Chavinho”, da banda Fios de Baiano.

Foi escolhido como Melhor Letra do 33º FUC o rap “Num Estalo”, da banda Zero Meia. E a votação do Júri Popular, que teve 742 votos, consagrou “Constantemente Contato”, de Lucas Cabral (126 votos).

Todas as músicas premiadas receberam, além dos certificados e prêmios em dinheiro, prêmios em produto dos apoiadores do 33º FUC.

Uma honra: é assim que define Scilas, artista premiado como Melhor Intérprete e com o segundo lugar do FUC, o sentimento de fazer parte dessa edição do Festival. Músico desde os 12 anos de idade, ele é velho conhecido do FUC. Já concorreu nas edições de 2004, 2005 e 2006 e participou da banda que animou a premiação em 2007, 2008 e 2009. “Agora, depois de tantos anos sem participar, volto aqui e conquisto dois prêmios com uma música que fala justamente sobre a nostalgia de compor músicas com letras legais, que remetem à diversão, mas que também trazem a poesia”, surpreendeu-se. “Para mim, é selar com chave de ouro esse ano de 2021”.

A pandemia de Covid-19 não foi fácil para Scilas, assim como para outros artistas. “Foi um período em que realmente a música foi aquilo que segurou nosso estado mental. Se não fosse a música, não sei se eu teria suportado. A música me segurou, me manteve são e sadio”, conta o artista que nasceu em Tibagi, foi criado em Ponta Grossa e viveu por anos em São Paulo, de onde voltou durante a pandemia. No período de quarentena, ele compôs várias músicas, interpretou música, ouviu música e gravou um EP com quatro músicas que falavam justamente sobre o período de superação, sofrimento e reconstrução.

UM FESTIVAL REINVENTADO – Não foi fácil fazer o 33º FUC. A constatação é uníssona dentre os organizadores do evento, mas também traz a sensação de missão cumprida. “É um caminho árduo, porque você precisa trabalhar ao mesmo tempo o presencial e o virtual”, rememora Adriana Suarez, chefe da Divisão de Cultura e Arte da Proex. “Como o FUC tem toda essa carga de história e uma presença muito forte na nossa região, foi uma energia diferente, mas muito valiosa. Foi muito bacana e teve um resultado satisfatório, de todo o contexto, desde a preparação, da relação dos bastidores, até o resultado final do evento”.

Para Chiquinho, o Francisco Acildo Souza, que faz parte da história e da memória do FUC, a cada edição do festival, a emoção se renova. Na 33ª, o técnico administrativo da Proex sentiu falta do calor do público, mas sentiu orgulho do que pôde ser feito em meio à pandemia. E agora, a cabeça já está no 34º FUC. “Sempre quando acaba o festival, a gente já está pensando no próximo”, brinca.

As equipes de todos os setores da UEPG que trabalharam para que o FUC acontecesse em 2021 vestiram a camisa do evento, conta Ariadene Caillot, que participou da organização. “Foi lindo, tocante. Mesmo à distância conseguimos sentir a emoção do público, pelos comentários na transmissão, pela reação dos participantes. Foi maravilhoso e estou orgulhosa de fazer parte da equipe da UEPG nesse momento”.

A professora Sandra Borsoi, coordenadora geral do Festival e diretora de Assuntos Culturais da Proex, também destacou a energia diferente do 33º FUC. “Por ter os músicos presentes, assistindo aqui conosco no teatro, nós pudemos sentir a energia deles, quando ouviam a própria música, suas falas”, conta. Para ela, foi marcante a experiência do voto popular via enquete online. “Algo que foi muito legal foi essa expectativa do júri popular, de todo mundo estar votando e os artistas aqui angustiados para saber se as pessoas estavam votando na música deles”.

AVALIAÇÃO – O FUC contou com 43 canções inscritas, que foram avaliadas conforme os quesitos de Música, Letra e Interpretação pelos curadores Thiago Xavier, Fabiane Pereira e Theo Ruiz. Das 43, dez músicas foram selecionadas como finalistas, gravadas em estúdio e apresentadas via streaming. Na noite do 33º FUC, os jurados Estrela Leminski, Ana Morena e Luiz Carlini, sob a coordenação do diretor musical do 33º FUC, Thiago Xavier, avaliaram as finalistas e classificaram o resultado final.

Thiago parabenizou os artistas que fizeram a grande noite do Festival, destacando a qualidade das canções selecionadas e mesmo daquelas que não chegaram à final, e agradeceu ao público que acompanhava pelas redes sociais. “Esse festival é de vocês. A Universidade Pública que está promovendo esse festival é de vocês e existe, dentre outras coisas, para proporcionar esses momentos. Viva a Universidade Pública!”, exclamou.

SHOW – “A bênção, Gilberto Zardo! A bênção, Fernando Durante!”. O show Canta Poesia, da banda Casa Cantante, trouxe ainda mais emoção e leveza à noite de quarta-feira. Uma homenagem a dois ícones da cultura ponta-grossense e da história do FUC que foram vítimas da Covid-19 marcou na história da Universidade a contribuição de Fernando Durante e de Gilberto Zardo.

O show foi idealizado pelo próprio Fernando Durante, em 2019. O objetivo era apresentar um repertório composto pela mescla de poesia e música nas escolas estaduais da região. Mas a chegada da pandemia não permitiu que os shows acontecessem ou que Fernando pudesse assistir ao resultado do trabalho.

Marina Durante, filha de Fernando Durante, destacou a relevância da data e da homenagem. “Hoje está completando seis meses da morte do meu pai e com certeza ele está muito feliz com essa homenagem, esteja onde estiver”, agradeceu. O publicitário foi um dos criadores do FUC, em 1980, quando era integrante do Diretório Central de Estudantes. Em 1995, Gilberto Zardo reativou o Festival, quando era Chefe da Diretoria de Cultura da Proex.

“O show foi emocionante”, enfatizou a professora Sandra Borsoi. Mesmo sem a presença física do público, quem assistiu o show pela transmissão sentiu a emoção passada em cada canção. Sandra destaca ainda a formação musical, momentos em que a banda comentou as músicas e suas origens. “Nenhum FUC da história trouxe isso. É a primeira vez em que um show do Festival trabalha também com a formação musical”.

FUC REVERBERA – “Esse ano o FUC se reinventou, trouxe novidades que rebatem diretamente na vida dos artistas”, lembra a pró-reitora, professora Édina. “O FUC Reverbera é uma grande realização e uma grande proposta de responsabilidade social”.

Uma das principais inovações do festival em 2021, o Programa FUC Reverbera tem o objetivo de incentivar o empreendedorismo, fomentar a inovação e facilitar a auto-gestão de carreiras artísticas. A primeira fase já aconteceu de forma remota, de 21 de julho a 28 de agosto, com todos os finalistas. A segunda fase do Programa, agora em formato híbrido, acontece de 11 de outubro a 30 de novembro.

“O FUC Reverbera busca dar um apoio para que os artistas de nossa região possam, de maneira empreendedora, constituir uma carreira a partir de Ponta Grossa”, explica o reitor da UEPG. Sanches destaca a relevância do incentivo à cultura e à arte nos Campos Gerais. “Sim, é possível fazer arte nacional e internacional a partir das experiências que vivemos a partir da nossa região”, garante.

A repercussão do programa tem sido positiva, segundo a coordenadora do FUC. “Os músicos estão vindo até nós para agradecer a oportunidade de produto que estamos oferecendo para os finalistas”, conta Sandra. “Eles disseram que estão se sentindo valorizados e que conseguem vislumbrar um mercado nacional”. (Com assessoria)


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