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A partir da próxima quinta-feira, 30, o Pronto Atendimento Infantil (PAI), que atualmente acontece no Hospital Materno-Infantil, passa a ser realizado na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Santa Paula. Com a alteração, o Humai passa a atender três Regionais de Saúde (3ª, 4ª e 21ª), de 28 municípios, com cerca de 1,1 milhão de habitantes.
A direção do Hospital da Universidade Estadual de Ponta Grossa (HU-UEPG) esclareceu hoje, 24, sobre a transferência, feita pela Prefeitura Municipal de Ponta Grossa, do Pronto Atendimento Infantil (PAI). O serviço, que atualmente acontece no Hospital Materno-Infantil, passa a ser realizado na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Santa Paula, a partir das 23h59 da próxima quinta-feira, 30. Com a alteração, o Humai passa a atender três Regionais de Saúde (3ª, 4ª e 21ª), de 28 municípios, com cerca de 1,1 milhão de habitantes.
O Hospital Materno-Infantil realizou, em média, 4,5 mil atendimentos no último mês. Com a transferência feita pela Prefeitura, todo atendimento infantil do Humai passa a ser referenciado, ou seja, acontece por encaminhamento via Central de Leitos do Estado ou pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). De acordo com o diretor técnico do HU, Ricardo Zanetti, o grande objetivo da transferência é o Humai passar a ser um hospital regional. “Isso permite uma alocação no atendimento em diversos pontos, para urgência e emergência, de tal forma que o atendimento às crianças passa a ser realizado muito mais próximo das suas residências, nas Unidades Básicas de Saúde, facilitando o atendimento”, ressalta.
Zanetti ainda cita que, em casos de necessidade de atendimentos de alta complexidade, as crianças serão transferidas para o Humai. “Isso permite a ampliação de serviços e o aumento da complexidade do atendimento das crianças, com a abertura de diversas especialidades que até então não podiam ser atendidas no município”. Cumprindo a função de ensino do Hospital Universitário, o Humai continua a desenvolver atendimentos com o objetivo de formação profissional. De acordo com o diretor, a ação abre vagas para residências em pediatria e obstetrícia. “Com isso, aumentaremos a quantidade de profissionais disponíveis na região, assim como continuaremos trabalhando na excelência na formação desses profissionais”.
Zanetti ainda frisa que a transferência segue os critérios do Sistema Único de Saúde (SUS), que estabelecem que unidades de saúde atendem casos de menor complexidade; os pronto atendimentos, de média complexidade; e os hospitais atendem alta complexidade. “Agradecemos ao ex-prefeito Marcelo Rangel e à atual prefeita Elizabeth Schmidt pela confiança no trabalho conjunto realizado até agora. Deixamos aqui o compromisso institucional de que não deixaremos ninguém sem oportunidade de atendimento”, finaliza.
A ação acontece por meio da Lei nº 13933/21, que oficializa e autoriza a doação do Hospital para a UEPG. A partir da próxima semana, a Prefeitura passa a ser responsável por realizar atendimento em estrutura própria, sem interferência da UEPG. A mudança ocorre porque compete ao Município os atendimentos de atenção primária e, com a transferência do Humai para o Estado, o serviço precisa ser alocado em uma unidade municipal.
Para o secretário municipal de saúde, Rodrigo Manjabosco, o processo de mudança exigiu uma preparação de todas as entidades envolvidas. “Se nós entendemos que Ponta Grossa é um polo de referência médica, precisamos preparar essas estruturas para acolher a região onde estamos inseridos”, destaca. O secretário reafirma o papel das instituições, nas áreas de baixa, média e alta complexidade. “Se nós conseguirmos fazer com que a população entenda essa rede, teremos um melhor atendimento e não teremos superlotação de serviços de pronto atendimento. Reorganizar a rede é dar solução para as necessidades da população”, completa.
De acordo com o chefe da 3ª Regional de Saúde, Robson Xavier, o processo de organização da rede de urgência e emergência do Município é constante. “O processo do HU assumir o Hospital da Criança tem nos oportunizado a possibilidade de dar um atendimento mais qualificado às nossas crianças. Entendemos que essa é uma medida adequada, que vai nos possibilitar continuar no processo de qualificação da nossa rede”, diz. Segundo Robson, crianças que antes teriam que ir a outra cidade para ter atendimento de alta complexidade, hoje podem ir ao Humai. “Esse é um passo importante, nós não temos dúvida de que essa medida qualifica a nossa rede de assistência. As crianças continuam tendo as unidades básicas para casos leves e terão o Humai para maior complexidade, que possui condições de fazer o diagnóstico”, explica.
HISTÓRICO – Os serviços obstétricos do Hospital Universitário começaram a funcionar no Hospital da Criança em 20 de agosto de 2020, com quadro de servidores do Município e do Estado. As negociações para a transferência já ocorriam desde março do ano passado, com o então prefeito de Ponta Grossa Marcelo Rangel, que deu início aos trâmites do convênio.
Em abril do mesmo ano, a UEPG recebeu R$ 13,8 mi para a transferência da maternidade, UTI pediátrica e UTI neonatal do HU para o Hospital da Criança. O provimento veio do Governo do Estado, em nome do Secretário da Saúde do Paraná, Beto Preto, que incentivou as negociações e a abertura de leitos do HU.
A transferência de responsabilidades do Hospital da Criança para a UEPG é fruto do Projeto de Lei (PL) 046/2021, de autoria da Prefeitura Municipal, sancionado em março deste ano. A doação permitiu que a UEPG assuma os serviços hospitalares; amplie atendimentos ambulatoriais; garanta a qualidade e humanização na assistência do pré ao pós-parto; implante o Programa de Residência Multiprofissional; e torne o Hospital uma referência no atendimento materno-infantil na região. (Com assessoria)