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“É urgente que o DNIT sinalize as praças de pedágio nas rodovias federais que estão desativadas no Paraná. Estão às escuras, já tivemos acidentes e teremos mais vítimas se nada for feito”, afirmou o deputado.
O deputado Luiz Claudio Romanelli (PSB) defendeu que as tarifas de pedágio das futuras concessões de rodovias devem ser bastante reduzidas. “Defendemos que o valor seja menos da metade do preço atual. Não é possível aceitar valores abusivos”, disse durante audiência pública da Frente Parlamentar Sobre o Pedágio, realizada hoje, 22, com lideranças da região de Campo Mourão.
Romanelli sustenta que a proposta do governo federal não atende aos interesses do Paraná e que a licitação das novas concessões precisa ser realizada pelo critério de menor preço de tarifa, sem limites de desconto no leilão. “Esta é a posição unânime dos paranaenses, que também desejam uma garantia real da execução das obras. Este posicionamento foi construído a partir da voz da sociedade nas audiências públicas da Frente Parlamentar”.
Outro ponto destacado por Romanelli é a retirada da proposta inicial de concessão de trechos de rodovias que poderiam contribuir com o desenvolvimento do Estado. O deputado citou especificamente o prejuízo à região Central do Paraná, que tem baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), ao sustentar que a ligação entre Campo Mourão e Guarapuava não recebeu atenção devida do governo federal.
“Acham que este trecho não dá lucro. Só querem rodovias que deem muito dinheiro aos concessionários”, criticou Romanelli. “Este modelo que foi elaborado pelo governo federal condena o Centro do Paraná a ficar sem a infraestrutura necessária para que possa se desenvolver e desconsidera a importância de uma ligação rodoviária adequada do Centro Oeste ao Centro Sul do Estado”.
Romanelli também alertou sobre a questão do degrau tarifário automático, que implicará aumento de até 40% sobre as tarifas básicas após a duplicação de trechos. No caso do Lote 5, que corta o Centro Oeste, há a projeção de duplicar cerca de 250 quilômetros. “É uma pegadinha do Malandro. Um prêmio às empresas e o usuário terá que pagar novamente obras que já foram cobradas nos últimos 24 anos”, explicou o deputado.
LOTE 5 – A região de Campo Mourão está no Lote 5 da futura concessão e inclui a rodovia BR-369 entre Cascavel, Campo Mourão e Maringá, e também trechos das rodovias BR-467 e BR-163 entre Cascavel, Toledo e Guaíra, além de trechos da BR-158 e PR-317.
A extensão total do lote é de 429,85 quilômetros. A estimativa do governo federal é de uma receita de R$ 16,1 bilhões ao longo de 30 anos. A empresa ganhadora da licitação deverá investir R$ 4,3 bilhões em obras e outros R$ 4 bilhões na operação.
Paraná não pode ficar mais 30 anos escravizado, diz Romanelli sobre pedágios
O deputado estadual Luiz Claudio Romanelli disse hoje, que a discussão em torno das futuras concessões de rodovias no Paraná deve ser tratada com seriedade, e que o desejo da população deve prevalecer sobre os interesses políticos, de burocratas e empreiteiras.
Romanelli reafirma que as mudanças na proposta apresentada pelo Ministério da Infraestrutura só ocorrerão com o fortalecimento da mobilização da sociedade. “Se não mudar, o Paraná fica mais 30 anos escravizado por um modelo perverso de concessão”, avaliou ao participar em Campo Mourão da 13ª audiência pública da Frente Parlamentar sobre o Pedágio.
Segundo o deputado, a atuação do grupo de parlamentares já permitiu a sensibilização de autoridades estaduais e federais em relação às armadilhas que podem haver no modelo híbrido. “O dono do Paraná é seu povo. Quem olhava a proposta federal em janeiro, achava que iam nos tratorar. Mas os paranaenses mostraram que não querem ser enganados mais uma vez”, diz Romanelli.
UNIDADE – Romanelli enfatiza que a Frente Parlamentar ajudou a construir uma unidade em relação à licitação pelo menor preço de tarifa, sem qualquer tipo de outorga e com garantia real da execução das obras. Romanelli lembra que a Assembleia Legislativa elaborou um manifesto assinado pelos 54 deputados e deputadas onde reproduz a rejeição dos paranaenses a respeito do modelo de concessão imposto ao Estado.
“Setor produtivo, entidades da sociedade civil organizada, Assembleia Legislativa e cidadãos estão unidos e rejeitam o modelo federal. Isso fortalece o Estado e abre a possibilidade de nova discussão em torno das futuras concessões”, ressalta Romanelli. “A palavra de ordem é: não queremos mais pagar pedágio caro. Chega de ser enganado. Tem que fazer aquilo que o Paraná quer”, afirma. (Com assessoria)