SONEGAÇÃO DE IMPOSTOS

9 de julho de 2020

Sandro Alex diz que Ricardo Eletro está entre as ‘gigantes’ e que outras operações estão em andamento

Divulgação

No rádio, hoje, 09, pela manhã, o prefeito de Ponta Grossa, Marcelo Rangel, e o secretário de Estado de Infraestrutura e Logística, Sandro Alex, repercutiram a prisão do fundador da rede de varejo Ricardo Eletro ontem, 08, acusado de sonegação de impostos. “Vai ter mais prisões, mais empresas famosas que estão que estão sendo investigadas pelo mesmo problema”, afirmou Rangel.

Em seu programa de rádio, na Mundi FM, hoje, 09, pela manhã, o prefeito de Ponta Grossa, Marcelo Rangel (PSDB), e o secretário de Estado de Infraestrutura e Logística, Sandro Alex, repercutiram a prisão do fundador da rede de varejo Ricardo Eletro, Ricardo Nunes, e a sua filha, Laura, ontem, 08, acusados de sonegação de impostos.

Rangel detalhou as acusações da força-tarefa formada pela Receita Estadual de Minas Gerais, Ministério Público e Polícia Civil, que cumpriu 14 mandados de busca e apreensão e investiga um esquema milionário de sonegação de impostos. “Eu nunca tinha ouvido falar em prisões no Brasil por sonegação de impostos de uma maneira tão bem divulgada. Isso quer dizer que o Brasil está mudando”, destacou o prefeito.

“Eles vendiam os produtos e cobravam os impostos dos consumidores. Só que esses impostos que eles cobravam, não repassavam para o Estado. Não pagaram o ICMS [Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços]. Pegavam esse dinheiro e abriam novas lojas, daí vai crescendo a rede com dinheiro irregular”, explanou Rangel, ressaltando que a prática é criminalizada como “lavagem de dinheiro”. “Se constituiu uma organização criminosa”, completou.

Sandro Alex ressaltou a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) no final do ano passado que criminaliza o não recolhimento de ICMS declarado. “Por isso que não se via no passado uma prisão por esse tipo de crime”, afirmou o secretário, que é deputado federal licenciado. Alex apontou que o dinheiro sonegado era utilizado não somente na ampliação da rede, mas também em outras empresas de setores diferentes.

 

OUTRAS EMPRESAS – Rangel e Sandro Alex reforçaram o que o Blog do Johnny noticiou ontem que fontes asseguram que assim como ocorreu com a rede mineira, uma força-tarefa comandada pelo Receita Estadual do Paraná também investiga um esquema milionário de sonegação fiscal. Segundo apurou o blog, as prisões causaram apreensão em empresários pontagrossenses que teriam “modus operandi” semelhante ao do grupo de Minas Gerais.

“Vai ter confusão. As informações que eu estou acompanhando é que apenas a ponta do iceberg. Vai ter mais prisões, mais empresas famosas que estão que estão sendo investigadas pelo mesmo problema. A mesma coisa que a Ricardo Eletro fez, que levou os dois para a cadeia, você acha que outras empresas não fizeram? Está todo mundo com as barbas de molho”, afirmou Marcelo Rangel.

“Agora depois da decisão do STF, tem várias operações em andamento no país. Essa empresa, entre os gigantes do varejo, maiores do país”, disse Sandro Alex.

 

RICARDO ELETRO – O empresário Ricardo Nunes foi preso em São Paulo e levado para Belo Horizonte no fim da tarde desta quarta. A filha dele, Laura Nunes, foi presa na capital mineira. Um diretor da empresa é considerado foragido. A força-tarefa, formada pela Receita Estadual de Minas, Ministério Público e Polícia Civil, cumpriu 14 mandados de busca e apreensão e investiga um esquema milionário de sonegação de impostos. Na noite desta quarta, a pedido do Ministério Público, a Justiça revogou a prisão de Laura Nunes. Os promotores afirmaram que ela foi ouvida e colaborou com a investigação. O pai, Ricardo, irá prestar esclarecimento nesta quinta-feira, 09.

A força-tarefa afirma que a fraude funcionava assim: um consumidor ia em uma das lojas e comprava uma televisão, por exemplo, no valor de R$ 3 mil. A alíquota de ICMS em Minas para esse tipo de equipamento é de 18%. A empresa cobrava os R$ 540 do consumidor, mas não repassava à Receita Estadual. A investigação aponta que o empresário desviava o dinheiro para comprar imóveis e participações em empresas e colocava tudo em nome da filha, Laura, do irmão e da mãe, que tem 80 anos.

O governo de Minas estima que deixou de arrecadar R$ 387 milhões em oito anos. “Na realidade, a empresa declara, efetivamente, o débito que ela deve, só que não faz os pagamentos. Fazia diversos parcelamentos e não os cumpria”, destaca Antônio Castro Vaz de Melo Filho, superintendente da Secretaria estadual da Fazenda (MG). Os investigadores concluíram que, quando Ricardo Nunes dirigia a Ricardo Eletro, a empresa tinha dinheiro em caixa para pagar os impostos, mas não pagava de propósito. Além da sonegação fiscal, o empresário e os outros suspeitos também vão responder por lavagem de dinheiro e apropriação indébita. A Justiça bloqueou R$ 60 milhões em bens, mas a investigação acredita que o patrimônio dos suspeitos acumulado ilegalmente seja bem maior.

Ricardo Nunes deixou a empresa no ano passado. Hoje, a rede pertence a outro grupo. A Ricardo Eletro afirmou que Ricardo Nunes e parentes dele não fazem mais parte da companhia desde o ano passado, que a operação de faz parte de processos anteriores à atual gestão, e que estava em discussão avançada com o Estado de Minas Gerais sobre o pagamento dos tributos passados. (Com informações do G1)


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