9 de julho de 2020

Prisão de fundador de varejista mineira causa apreensão em empresários pontagrossenses

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Fontes ouvidas pelo BLOG DO JOHNNY asseguram que assim como ocorreu com a rede de varejo Ricardo Eletro, uma força-tarefa comandada pelo Receita Estadual do Paraná também investiga um esquema milionário de sonegação fiscal. Empresários locais teriam “modus operandi” semelhante ao do grupo de Minas Gerais.

A prisão do fundador da rede de varejo Ricardo Eletro, Ricardo Nunes, e a sua filha, Laura, hoje, 08, acusados de sonegação de impostos, causou apreensão em empresários pontagrossenses que teriam “modus operandi” semelhante ao do grupo mineiro.

Fontes ouvidas pelo BLOG DO JOHNNY asseguram que assim como ocorreu com a rede mineira, uma força-tarefa comandada pelo Receita Estadual do Paraná também investiga um esquema milionário de sonegação fiscal.

O empresário Ricardo Nunes foi preso em São Paulo e levado para Belo Horizonte no fim da tarde desta quarta. A filha dele, Laura Nunes, foi presa na capital mineira. Um diretor da empresa é considerado foragido. A força-tarefa, formada pela Receita Estadual de Minas, Ministério Público e Polícia Civil, cumpriu 14 mandados de busca e apreensão e investiga um esquema milionário de sonegação de impostos.

Na noite desta quarta, a pedido do Ministério Público, a Justiça revogou a prisão de Laura Nunes. Os promotores afirmaram que ela foi ouvida e colaborou com a investigação. O pai, Ricardo, irá prestar esclarecimento nesta quinta-feira, 09.

A força-tarefa afirma que a fraude funcionava assim: um consumidor ia em uma das lojas e comprava uma televisão, por exemplo, no valor de R$ 3 mil. A alíquota de ICMS em Minas para esse tipo de equipamento é de 18%. A empresa cobrava os R$ 540 do consumidor, mas não repassava à Receita Estadual. A investigação aponta que o empresário desviava o dinheiro para comprar imóveis e participações em empresas e colocava tudo em nome da filha, Laura, do irmão e da mãe, que tem 80 anos.

O governo de Minas estima que deixou de arrecadar R$ 387 milhões em oito anos. “Na realidade, a empresa declara, efetivamente, o débito que ela deve, só que não faz os pagamentos. Fazia diversos parcelamentos e não os cumpria”, destaca Antônio Castro Vaz de Melo Filho, superintendente da Secretaria estadual da Fazenda (MG).

Os investigadores concluíram que, quando Ricardo Nunes dirigia a Ricardo Eletro, a empresa tinha dinheiro em caixa para pagar os impostos, mas não pagava de propósito. Além da sonegação fiscal, o empresário e os outros suspeitos também vão responder por lavagem de dinheiro e apropriação indébita.

A Justiça bloqueou R$ 60 milhões em bens, mas a investigação acredita que o patrimônio dos suspeitos acumulado ilegalmente seja bem maior. Ricardo Nunes deixou a empresa no ano passado. Hoje, a Ricardo Eletro pertence a outro grupo.

A Ricardo Eletro afirmou que Ricardo Nunes e parentes dele não fazem mais parte da companhia desde o ano passado, que a operação de hoje faz parte de processos anteriores à atual gestão, e que estava em discussão avançada com o estado de Minas Gerais sobre o pagamento dos tributos passados. (Com informações do G1)


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