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Da Estônia a Dubai, no período que esteve à frente da Secretaria de Estado da Inovação, Modernização e Transformação Digital, de junho de 2021 a maio deste ano, o candidato a prefeito Marcelo Rangel viajou internacionalmente para 10 países.
Os vereadores aprovaram hoje, 21, por 14 votos favoráveis e seis contrários, o pedido do prefeito Marcelo Rangel (PSDB) para ausentar-se do País em férias por 14 dias, a partir do dia 29 deste mês até 12 de fevereiro. Esta será a terceira vez que Rangel entra em férias em pouco mais de um ano. Em 2019, o prefeito já havia se afastado por duas vezes da Prefeitura. Na primeira, foram 18 dias de férias entre 14 e 31 de janeiro. Na segunda, Rangel se afastou do cargo entre os dias 26 de julho e 04 de agosto. Esta também será a oitava vez que a vice-prefeita Elizabeth Schmidt (sem partido) assume a Prefeitura interinamente desde 2017 na ausência do titular do cargo.
Para o vereador Sargento Guiarone (PROS), “todos devem ter férias, mas o momento é inapropriado”. “Ainda mais quando duas bombas estão explodindo em nossa cidade. É lamentável as situações que ocorrem e o prefeito saindo de férias. Está fugindo. Desafio o prefeito a vir aqui e debater conosco todos esses assuntos”, criticou Sargento Guiarone, se referindo a fraude de R$ 5,7 milhões em gastos com combustíveis pela Prefeitura de Ponta Grossa, apontada pelo Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR), que foi denunciado por ele e o vereador Celso Cieslaki (PRTB) em 2017, e a prorrogação do contrato por 12 anos com a Ponta Grossa Ambiental (PGA) para a implantação, operação e manutenção da Usina de Reciclagem. “Isso tem que ser levado à sério e investigado pelos órgãos competentes. Ponta Grossa não é blindada, acham que estão blindados, mas eu ainda acredito na Justiça e tenho certeza que tudo isso não vai virar pizza”, concluiu o parlamentar.
O vereador George Luiz de Oliveira (PMN) também fez referência a fraude apontada pelo TCE-PR em gastos com combustíveis pela Prefeitura. “Todo cidadão tem direito a férias, evidentemente, o prefeito não é diferente. Mas como dar férias para um prefeito que tem todo esse abacaxi na mão? Ou seria o momento de ele fugir da cidade para não ter que dar explicações?”, questionou George, ressaltando que as respostas dadas pelo prefeito Marcelo Rangel à Imprensa sobre o caso não convenceram. O parlamentar também questionou o aditivo com a PGA, o qual, em sua opinião, dependia de autorização da Câmara Municipal. “Como vamos permitir que o prefeito Marcelo Rangel saia da cidade sem explicar o porque que ele se reuniu ontem [20] com o empresário Marcus Borsato, da Ponta Grossa Ambiental, e deu mais 12 anos de concessão?”.
Por fim, o vereador Pietro Arnaud (Rede), também disse que todas as pessoas possuem direito a férias, mas em sua opinião, no momento, as férias do prefeito Marcelo Rangel são inoportunas. “Estamos acompanhando escândalos que envolvem membros do primeiro escalão do Poder Executivo, não é o momento que o prefeito pode se dar ao luxo de viajar para o Exterior. Ou ele estaria despreocupado com a cidade ou está se ausentando para não sofrer as consequências das suas atitudes e dos seus servidores”, acredita Pietro. “Como que o prefeito está viajando quando se descobriu um escândalo criminoso no Parque de Máquinas?”, questionou o parlamentar, cobrando explicações sobre a denúncia. Pietro também chamou de “criminoso” o aditivo assinado com a PGA. “Isso é uma vergonha. Está tendo negociata?”, questionou.
OUTROS PROJETOS – Também foram aprovados dois projetos de lei autorizando o Poder Executivo abrir créditos especiais que somam R$ 4.118.216,66 referentes ao leilão da área do pré-sal, repassados ao Município no final do ano passado pelo Governo Federal, e que serão aplicados em investimentos de infraestrutura e o pagamento de encargos previdenciários. E, ainda, o projeto de lei que institui o Transporte Especial para alunos com deficiência às Instituições de Ensino Especial para Escolarização e que frequentam o Ensino Regular no Município.