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A história do PCdoB em Ponta Grossa se confunde com o movimento sindicalista, principalmente de ferroviários, tendo repercussão inclusive na torcida do time formado pelos trabalhadores, o Operário Ferroviário Esporte Clube.
Recém-eleito presidente estadual do PCdoB, o professor universitário pontagrossense Elton Barz, falou ao Blog do Johnny sobre os desafios do partido no Estado, em Ponta Grossa e a esquerda no Brasil.
O novo comandante do PCdoB no Estado acredita que embora pequeno, mesmo com o fim das coligações na disputa proporcional – a votação para vereadores -, o partido irá subsistir nas eleições municipais do ano que vem. “Todos os partidos têm que olhar para 2022, que é a eleição de deputado. Para nós, 2020 é um caminho. Estamos preparando o partido. A reforma eleitoral para os pequenos partidos complica, porque têm que fazer chapa própria. Temos municípios que os pequenos partidos vão desaparecer. Vamos tentar disputar nos principais municípios e aonde já temos chapa. Tem muitos municípios que vamos ter força”, afirma Barz, informando que o partido terá candidato a prefeito em Curitiba e aposta também na eleição de um vereador na Capital.
Outra meta do presidente do PCdoB paranaense é o fortalecimento do partido junto aos movimentos sociais. “A organização de juventude do PCdoB é muito forte no Brasil. O desafio do partido é fazer muito socialismo”, defende Elton, lembrando que em 2022 o PCdoB comemora o seu centenário no Brasil.
“MUITO LOUCA” – Na avaliação de Barz, o cenário nacional é “o pior possível”. “Eu que sou um militante da área da cultura, por exemplo, é um absurdo o que eles estão fazendo no Ministério: colocar um negro que é contra cota, o movimento negro e Zumbi como presidente da Fundação Palmares. É uma coisa muito louca que a gente pensou que nunca iria acontecer”, exemplifica. Para ele, este cenário unifica e fortalece a oposição. “O Brasil vive um momento difícil, perigoso e somos oposição”, resume, afirmando que o partido deverá compor com partidos de centro. “Aqueles que eram nossos inimigos, para algumas questões pontuais e táticas viram nossos aliados. A reforma da Previdência foi horrorosa, mas se não houvesse a mediação do centrão seria bem pior. O nosso norte no Estado e no Brasil é fazer oposição contra o Bolsonarismo”.
No Paraná, Barz ressalta que o partido também figura na oposição, e que o governador Ratinho Junior (PSD) não possui a mesma agenda política do Presidente Bolsonaro, mas coincide na agenda “liberal”. “É um erro falar que o Ratinho é Bolsonarista. São projetos diferentes. Somos oposição e vamos estar à frente desse movimento contra o desmonte do Estado”.
PONTA GROSSA – Em Ponta Grossa o PCdoB integra uma Frente de Esquerda junto com o PT e o PSOL. Ele também acredita que será possível conquistar uma cadeira do partido na Câmara Municipal em 2020. “A região mais vermelha, aonde temos maior presença e força é a região central do Estado. Em Ponta Grossa já elegemos dois vereadores e um deputado federal. Acredito que o caminho na cidade seja a gente construir essa frente”, ressalta.
Elton defende que a participação do partido e da Frente de Esquerda em Ponta Grossa é importante para discutir mudanças maiores na cidade. “Se construirmos um projeto mirado nas minorias da nossa gente, Ponta Grossa tende a crescer e se desenvolver muito mais. Temos desafios: a concessão do transporte coletivo, um sistema que hoje não atende bem à população e só vive para dar lucro para a empresa; debater com maior profundidade essa renovação com a Sanepar; implementar o Plano Diretor e discutir a implantação do Estatuto da Metrópole e a criação da Região Metropolitana de Ponta Grossa, para planejar ações conjuntas”, pontua.
O PCdoB defende descentralização dos serviços municipais. “Temos que descentralizar o governo. Aproximar o governo das pessoas. Criar administrações regionais próximos aos terminais para que as pessoas não precisem vir até o Palácio da Ronda para ter acesso aos serviços. Temos que pensar em um planejamento regionalizado para desenvolver os bairros da cidade. Acreditamos que não adianta tratar os diferentes de maneira igual. Temos que tratar os diferentes de maneira diferente, para que possa crescer e alcançar a igualdade para então tratarmos todos de maneiras iguais”, concluiu Elton Barz.
SOBRE – Elton Barz é bacharel e licenciado em História, especialista em Antropologia Social e mestre em Planejamento Regional.
Pesquisador da Fundação Cultural de Curitiba. Foi Secretário Executivo do Conselho Estadual do Meio Ambiente. Secretário Executivo do Conselho Municipal de Cultura de Curitiba. Assessor de Políticas Culturais da Fundação Cultural de Curitiba. Professor universitário e presidente estadual do PCdoB.
