Divulgação/Arquivo
A deputada natural de PG e ex-aluna da UEPG, usou as redes sociais para explicar as declarações ao Correio Brasiliense que saiu “da favela rural” e “estudou nas piores escolas públicas”. Ela afirmou que respeita a cidade e a leva no coração. Autor de uma Moção de Repúdio que deve ser votada na Câmara Municipal nos próximos dias, o vereador Ricardo Zampieri, correligionário de Joice, acredita que a deputada feriu a imagem de Ponta Grossa de forma preconceituosa.
Após ser alvo de uma Moção de Repúdio na Câmara Municipal de Ponta Grossa, apresentada pelo seu correligionário Ricardo Zampieri, e de muitas críticas nas redes sociais, a deputada federal, Joice Hasselmann (PSL-SP), defenestrada da liderança do governo Bolsonaro, explicou em vídeo divulgado nas suas redes sociais, as declarações dadas em entrevista ao jornal Correio Brasiliense, publicada no último domingo, 24. Natural de Ponta Grossa e ex-aluna do Curso de Jornalismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Joice disse ao jornal que saiu “da favela rural” e “estudou nas piores escolas públicas”. “As pessoas falam que tenho cara de dondoca… Eu trabalhei muito para chegar aqui. Saí da favela rural para chegar onde cheguei. Estudei nas piores escolas que se pode imaginar, só escola pública. Vivi uma situação em casa que muita gente não conseguiu superar, que é a violência extrema, alcoolismo do pai, violência do pai com a mãe. Eu cresci e um ambiente hostil e tinha duas opções: ou virava parte daquilo ou rompia com aquilo”, contou a deputada ao jornal, sem dar mais detalhes.
SEMI RURAL – Joice chamou de notícia falsa e atribuiu a disseminação a pessoas de mau-caráter. “Gente mal-intencionada usou uma frase fora do contexto para tentar dizer que eu chamei a minha cidade natal de Ponta Grossa de favela. Isso é um desrespeito com a minha história e com a minha cidade. Eu contei para parte da população brasileira como foi a minha infância, de pobreza, que passei fome, e saí de lá, da onde eu estava, numa região semi-rural, de extrema pobreza, para chegar aqui, onde cheguei. Sem ter vergonha de assumir a minha história”, explicou a deputada.
Ela também afirmou que respeita a cidade e a leva no coração. “Tenho muito respeito pela minha cidade. Nasci em Ponta Grossa, levo Ponta Grossa no meu coração, no meu peito pra onde quer que eu vá. Não vou admitir que nenhum mal caráter ataque a minha história, que é uma história de superação, e ataque a minha cidade”, concluiu a Joice (assista).
MOÇÃO DE REPÚDIO – Nos próximos dias os vereadores votam uma Moção de Repúdio a deputada federal Joice Hasselmann, apresentada pelo vereador Ricardo Zampieri, pelas declarações dadas ao Correio Brasiliense.
Para Zampieri, as declarações mostram “desrespeito de Joice com a cidade de origem da parlamentar e, desta forma, necessita ser repudiada”. “Uma declaração infeliz, que precisa ser repudiada”, acredita o vereador.
Na moção protocolada no Legislativo, o vereador destaca que as frases da deputada ferem a imagem de Ponta Grossa, além de ser preconceituosa. “Essa não é a postura que se espera de uma deputada federal, muito menos de uma deputada que nasceu na nossa cidade. Ela estudou aqui, se formou aqui, inclusive na nossa universidade estadual, começou sua carreira aqui, e deveria ter mais gratidão pelo Município”, disse.
O parlamentar afirmou ainda que o posicionamento de Joice Hasselmann mostra o porquê ela foi afastada da liderança do governo. “Fica nítido um despreparo por parte da parlamentar, tanto emocional quanto intelectual, e isso também explica a decisão do governo sobre Joice. Espero que ela tenha a coragem de voltar atrás e pedir desculpas ao nosso povo e à nossa cidade”, criticou Ricardo.
O vereador lembrou ainda que, mesmo sendo correligionário de Joice, a crítica se faz importante. “Lembro ainda que se a deputada acha que nossa educação é tão ruim assim, ela poderia enviar uma emenda para as escolas do Município ou mesmo brigar junto ao Governo Federal pela liberação de recursos. O que não se pode fazer é desmerecer a cidade e o nosso povo desta forma”, disparou Zampieri. (Com assessoria)